Segunda audiência do caso aconteceu na última sexta-feira (10), no fórum da cidade
Os rumos do julgamento dos dois policiais militares acusados pela morte do estudante Edvaldo da Silva Alves, de 19 anos, baleado e morto durante um protesto ocorrido em 2017 na cidade de Itambé, na Mata Norte, devem ser definidos nesta sexta-feira durante a segunda audiência de instrução do caso, realizada no fórum da cidade. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), duas testemunhas oferecidas pela acusação e cinco pela defesa devem ser ouvidas no fórum do município. Os PMs, réus no processo, também vão estar presentes e prestarão depoimento. Caso o juiz entenda que o crime pelo qual os policiais respondem foi doloso, eles devem ser submetidos a júri popular.
O irmão da vítima, José Roberto, conta que a família foi destroçada após a morte de Edvaldo. “Meus pais se separaram, foi cada um para um lado. Meu pai foi para São Paulo e minha mãe para João Pessoa, porque ela não aguenta ficar aqui na cidade. Mais de uma vez já tomei veneno da mão dela, porque ela pensa em se matar. Aqui na cidade só estamos eu e o advogado nessa luta”, explica.
Na primeira audiência, em abril, a Justiça homologou uma proposta do Ministério Público para que o processo fosse suspenso e outros dois policiais, Silvino Lopes de Souza e Alexandre Dutra da Silva, acusados de omissão de socorro, pagassem dez salários mínimos divididos em até 20 parcelas. Também ficou decidido que eles não podem frequentar bares e casas noturnas após as 22h, nem mudar de endereço sem comunicar à Justiça e devem se apresentar mensalmente para justificar suas atividades.
Já Ramon Tadeu e Ivaldo Batista continuam respondendo pelo crime de homicídio. Em 29 de dezembro de 2017, o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, assinou duas portarias determinando punições administrativas ao capitão Ramon Cazé e ao soldado Ivaldo Júnior. Para o primeiro, o gestor determinou a demissão dele, mas graças a um mandado de segurança, Ramon continua como policial. Já para o segundo, foram determinados 30 dias de prisão.
Relembre o caso
Edvaldo da Silva Alves foi baleado no dia 17 de março de 2017 pelo PM Ivaldo Batista durante um protesto no município de Itambé, na Zona da Mata de Pernambuco. A manifestação, realizada pelos habitantes da cidade na PE-75, pedia por segurança. Houve confusão entre os participantes do ato e os policiais militares. O capitão Ramon Tadeu Silva Cazé deu a ordem para que o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior disparasse um tiro com bala de borracha na vítima. Pessoas que participavam do ato filmaram tudo. A vítima ainda foi agredida e arrastada para uma viatura da PM. Após 25 dias internado, ele não resistiu às complicações dos ferimentos e morreu no Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista.
OP9
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